Top 15 - O Poderoso Chefão I

29 de dezembro de 2012


Esta postagem contém spoilers!!

Resolvi fazer essa postagem para deixar registrada a minha admiração pelo filme The Godfather (O Poderoso Chefão, no Brasil). As cenas são bastante fiéis ao livro de Mario Puzo, leitura que eu recomendo a todo mundo. Meu objetivo não é contar a história da família Corleone, mas apenas mostrar algumas imagens retiradas do primeiro filme da trilogia. Quem ainda não conhece pode ler os artigos da Wikipedia que falam sobre o livro e o filme.
Enquanto assistia, eu tirei alguns prints das cenas que eu mais gosto. São 15 no total e elas podem ser vistas, em ordem, a seguir:

1
Essa é a cena quando Jhonny Fontane procura a ajuda de Don Corleone para que ele consiga o papel em um filme de Jack Woltz. Jhonny diz que será muito difícil convencer Woltz, mas o Don responde com uma de suas frases preferidas: "Vou lhe fazer uma oferta irrecusável". Com isso, Vito quer dizer que usará qualquer artifício, mesmo que alguém precise morrer.

2
A morte de Luca Brasi. Bruno Tattagllia age junto com Virgil Sollozo (O turco) na execução de Luca. Sollozzo oferece bebida a ele, Bruno dá uma facada em sua mão e um capanga o enforca com uma corda por trás.

3
Vito Corleone é baleado pelos capangas de Sollozzo. Enquanto o Don faz compras na feira, dois homens chegam por trás e abrem fogo contra ele. "Não é pessoal, isso são apenas negócios", justifica Sollozzo.

Sobre ritos de passagem e alguma coisa a mais

23 de dezembro de 2012


Passei do tempo em que comemorava datas religiosas, ou rituais de passagem de estágios. 2012 foi um período de mudanças, bruscas em tantos momentos. Embora isso signifique muito para mim, não consigo mais festejar com seriedade a passagem de um ano. Tenho comigo que isso é apenas um rito necessário àqueles que acreditam que podem enterrar os fatos passados e reiniciar, de certa forma, a sua vida. Viável se você precisa acreditar que um período precisa acabar para que tudo mude.
Ando meio descrente das coisas. Passo por períodos difíceis, nos quais minhas convicções e teorias sobre esses fatos da vida se chocam com o que ando praticando dia após dia. Há uma eterna guerra dentro de mim que me impede de seguir as coisas como a maioria segue, ou pensar como é conveniente, embora viva do modo mais conveniente uns noventa por cento de todo o tempo. Vivo contradições acerca das minhas ideologias em relação àquilo que ponho em prática. Isso é terrível, e um tanto covarde de minha parte.
Não sei mais em que acredito ou em que desacredito. É tudo uma mistura que se resolve dependendo do momento e volta a se misturar quando não me coloco sobre questionamento. Expressões como "espírito natalino" ou "tempos de renovação" me fazem tanto sentido quanto acreditar que alguma coisa pode se resolver por mágica. Não porque sou pessimista, embora o seja quase sempre, mas por não mais crer em rituais sustentados por futilidade, teatralização, irrealidade... Meus valores não me permitem ser assim mais.
Pena que eu ainda não seja forte o bastante para sair por aí procurando alguém que me entenda e que deseje ser "infeliz" comigo. É realmente uma pena ter que estar em lugares onde a maioria das pessoas me indicaria uma casa para recuperação de doentes se eu dissesse quais são meus ideais de vida. Esse sentimento de estar deslocado, de olhar para os lados e não conseguir se enxergar em nenhum olhar alheio, de tentar dizer implicitamente ao mundo o que penso e não ser compreendido, e de tentar ser igualmente explícito ao mundo e ser ridicularizado por ele, tudo tão terrível, tão amargo...
Mas ao mesmo tempo tão bom, tão viciante, tão maravilhoso. Estar triste é vantajoso, permito-me descobrimento, ponho meus instintos para funcionar, sinto a beleza da vida, mesmo que contraditoriamente...

TAG - Skoob: Minha Estante Virtual

20 de novembro de 2012

Eu vi essa TAG no Facebook do Skoob e resolvi postar aqui. São quinze perguntas sobre minha estante virtual.

1- Quantos livros lidos você tem na sua aba "Lido" no Skoob?
Eu tenho 61 livros ao todo. Pouco se comparado às pessoas que eu sigo, que tem 100, 200... Mas um dia eu as alcanço :)

2- Qual livro você está lendo?
No momento estou lendo 3 e uma revista em quadrinhos que eu nunca termino. São eles:
Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, de J.K. Rowling, que peguei emprestado com uma colega da faculdade;
Homens, Engenharias e Rumos Sociais, de Gilberto Freyre, que preciso ler para fazer umas tarefas da faculdade;
O poderoso chefão, de Mario Puzo (sensacional);
e o Arco 8 da série Sandman, de Neil Gaiman.

3- Quantos livros tem na sua aba "Vai ler"?
Tenho 5. São eles:
A vingança do poderoso chefão, de Mark Winegardner;
A volta do poderoso chefão, de Mark Winegardner;
O último chefão, de Mario Puzo;
e os Arcos 10 e 11 da série Sandman.

4- Você está relendo algum livro? Qual é?
No momento não. Mas esse ano eu reli a série do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, e o meu livro preferido, O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse.

5- Quantos livros você já abandonou? Quais são eles?
No skoob eu tenho 3 abandonados. São eles:
O segredo, de Rhonda Byrne. Esse eu abandonei porque é um livro de auto-ajuda (que não é muito meu tipo) muito abstrato que na minha opinião foi escrito apenas para ser vendido;
O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë. Quando abandonei não tinha muita maturidade em leitura, mas acho que se eu pegar para ler hoje eu consigo terminar;
e Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Mesma justificativa anterior.

6- Quantas resenhas você tem cadastradas no skoob?
Nenhuma. Eu não tenho dom para escrever resenhas, infelizmente.

7- Quantos livros você tem avaliado na sua lista?
Tenho 60.

8- Na aba "Favoritos", quantos livros você tem egistrados? Cite alguns.
Tenho 18, mas não atualizo essa lista faz muito tempo. Dentre eles, não posso deixar de citar:
A série O Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams;
O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse;
e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley;

9-Quantos livros você tem na aba "Tenho"?
33 livros.

10 - Quantos livros você tem nos desejados?
Nenhum. Mas admito, desejo muitos livros. Qualquer hora eu atualizo.

11- Quantos livros emprestados no momento. Quais?
Emprestei o volume cinco do Mochileiro das Galáxias para um colega da faculdade.

12- Você quer trocar algum livro? Quais são?
Não consigo me desfazer dos meus livros. Tenho muito apego. Portanto,  nada de trocas.

13- Na aba "Metas", quantos livros você tem marcados? Cumpriu essa meta?
Tenho 14. Para cumprir ainda faltam 3. Acho que termino ainda esse ano.

14- Qual o número do seu paginômetro?
13.566.

15- Qual o link do teu perfil no Skoob?
Segue lá...

--

Indico algumas pessoas para fazerem essa TAG. Não se sintam na obrigação, mas seria legal ver vocês falando sobre o Skoob de vocês:

Observe...

31 de outubro de 2012

Não force,
pois desfoca
tudo o que você quer colocar em foco.
A saída:
Silêncio,
observe...
Shiiii!
Ainda não!
Observe... observe... pense!
Agora sabe o que fazer.
Ou sabe que nada deve ser feito...

Fruto da insônia

17 de outubro de 2012


O que mais há de profundo nas palavras é a forma como elas me enganam. Escrevo para encontrar as profundezas da alma, mas quanto mais escrevo, mais distante fico de encontrar uma verdade absoluta sobre esse enigma que sou eu. Sim, gosto de buscar certezas absolutas, mesmo sem jamais ter encontrado uma, pois quando se chega ao fim o trabalho se finda, então posso parar de pensar um pouco, mas não quero parar de pensar, por isso nunca cheguei ao fim de nada. Seria um privilégio dosar a cota diária de pensamentos. Apesar de que gosto de pensar. Louco sou eu por gostar de me cansar com esperanças ricas de encontrar verdades quase nulas. Tal sentido da vida está nisso aí mesmo, vagar pelo mundo procurando por nós próprios.
E de saber que a mente pode nos distanciar de nós próprios mesmo estando o mais próximo possível. Essa relatividade que há em tudo me instiga a curiosidade.
Perceba você. Explico-me enquanto me indago e indago o que não sei explicar. E bate, e volta. Bate, bate e volta. Às vezes nem voltam respostas, só vão perguntas. E se tenho um espelho por dentro que reflete o que sou por fora, digo que não acredito no meu reflexo. É convexo o objeto reflexivo que me apresenta imagens irreais vistas de diferentes distâncias do foco. Verdades distorcidas. Várias formas de um único elemento. Depende de quem vê e de onde se encontra esse quem. Ah, quem! Quem me julga, quem me vê e me ignora, quem, brincalhão, homem como eu, inveja-me, amaldiçoa-me, excomunga-me. Quem é tudo, mas não sei quem é quem. Quem pode ser esse complexo de perseguição que tanto cultivo. Quem pode não existir. Quem? Quem pode ser invenção minha para me dar sentido. Quem versus eu, assim eu vivo. Sem isso, talvez não viva. Não sei, nunca experimentei viver sem quem.
E há lutas contra o mundo e o resto das pessoas. Assim como há guerras intermináveis entre eu e eu mesmo. E sempre ganho. Sempre perco. Sou eu dividido, lutando para sustentar um dos lados. Capenga a balança. Equilíbrio quase nunca. E isso me mata um pouco a cada novo brilho de sol. Mas todos que vivem estão fadados a morrer. Dona morte que assusta sem querer. Dona morte que me ama e me quer junto dela. Mas não quero morrer, porque não amo a morte. Só há vaga exceção quando odeio a vida. Aí sim, amo a morte. Quase nunca, posso dizer. Mas fico atrevido perante esse assunto. Sei lá se morrer é bom. O que há lá fora depois disso tudo? Alguém pode dizer?

Escrevi isso em agosto de 2011. Voltei a sentir essas coisas. Na verdade, acho que nunca deixei de senti-las...

Sandman

27 de setembro de 2012

Não sou conhecedor de HQ's, admito, mas uma amiga me mostrou essa história um dia e eu por acaso gostei. Nunca terminei de ler (assim como faço com a maioria das coisas que começo), mas de vez em quando eu abro o arquivo e leio. Já postei trechos da revista em quadrinhos Sandman¹ aqui outras vezes e venho repetir a dose.
Hoje passei por esse diálogo² entre uma criança chamada Chloe Russell (Ratinha) e Morpheus (Sandman, Devaneio ou qualquer um de seus variados nomes). O trecho chamou minha atenção porque quando eu era criança também costumava sonhar que estava voando (com certeza outras pessoas também), e nos meus sonhos eu sabia exatamente como fazer isso, mas ao acordar não conseguia me lembrar de como era. Triste...
Eis o diálogo:

"-Pode me dizer uma coisa?
-Talvez.
-Quando sonho, às vezes, eu me lembro de como voar. É só levantar uma perna, depois a outra e a gente fica em pé no ar. Aí, é só voar. Mas, quando eu acordo, não consigo mais me lembrar de como se faz.
-E daí?
-Eu queria saber se, quando tô dormindo, eu me lembro mesmo de como voar e me esqueço quando acordo, ou só sonho que sei voar?
-Quando você sonha, às vezes, você se lembra. Quando acorda, sempre se esquece.
-Mas não é justo...
-Não".
--
1 - Sandman, a revista, foi criada por Neil Gaiman em 1988. Suas histórias descrevem a vida de Sonho, o governante do Sonhar (mundo dos sonhos) e sua interação com o universo, os homens e outras criaturas. (Wikipedia)
2 - O diálogo foi retirado da parte 3 do arco número 13 da revista (Vidas Breves).



Um último ônibus

14 de setembro de 2012


Ilustração retirada desse vídeo.

Talvez tivesse perdido o ônibus. As pessoas que sempre estavam no ponto aquele dia não estavam. Será que coincidentemente todas elas resolveram não aparecer? Ele esperava ali todos os dias naquele horário, não havia como ter ficado para trás. E se tivesse passado mais cedo? Bom, o próximo carro viria em uma hora e a única opção existente era esperar.
Esperou. O ônibus passou antes do intervalo normal de uma hora. E agora, aquele era o de sempre com um pouco de atraso ou o próximo muito adiantado? O motorista não era o mesmo, mas isso já não importava agora que estava dentro.
Passou a roleta e escolheu sentar nas cadeiras da esquerda, pois o tempo de viagem em que o lado direito ficava desprotegido do sol era maior, e ele não gostava muito do sol. Pôs-se a fitar o lado de fora da janela, absorto. Sempre fazia isso. E ali, sentado naquele assento pouco confortável, ele tinha conversas profundas consigo enquanto examinava as pessoas que passavam. Tinha experiências iguais a essa quando conversava com alguém e não conseguia prestar total atenção no que o outro dizia, e ficava concordando e rindo sem saber o porquê. Distração. Pelo menos é o que ele dizia para explicar a si mesmo essa situação de desatenção da “vida real”. Mas ele sabia que no fundo tinha algo a mais.
- O senhor pode me ajudar com alguma quantia, senhor? – perguntou a ele um rapaz que ia de pé segurando nas hastes de apoio do ônibus e que trajava algo que parecia um macacão, com uma blusa amarelada por baixo – É que minha família precisa muito de ajuda, senhor. Qualquer quantia, senhor.
- Sim – respondeu a ele - Não tenho muito, pois ainda tenho que voltar para casa.
E com um sorriso forçado ofereceu alguns centavos ao rapaz, que agradeceu e o abençoou por três gerações.
Às vezes essas coisas aconteciam, e isso também o fazia pensar demais. As pessoas geralmente instigavam sua curiosidade. Via tudo como se fosse um grande espectador da vida, como se ele próprio não vivesse, mas apenas existisse.
Ajeitou-se na cadeira e retirou o celular do bolso para verificar as horas. Colocou-o de volta e percebeu que não lembrava mais que horas eram. Distração, pensou. Fez tudo de novo e descobriu que era ainda muito cedo e como sempre chegaria primeiro que todas as pessoas normais. Não que isso fosse um problema. Pelo contrário. Gostava de chegar mais cedo e observar os outros chegando no horário certo. Isso alimentava ainda mais a ideia de ser ele um espectador e o dava mais um exercício, o de julgador da vida. Fazia isso toda hora, mas guardava tudo para si. As pessoas falavam que não se devia julgar, e, embora não concordasse totalmente, era melhor não procurar briga, pois era minoria.
Sem querer, acordou e só assim descobriu que estivera dormindo sentado por algum tempo. Mas, de repente, as coisas escureceram. Sua cabeça estava girando. Ouviu o barulho de vidro se quebrando e o ruído que lhe parecia ser o de uma multidão de pessoas em desespero. O efeito da inércia agora atuava sobre o seu corpo jogando-o para o lado enquanto observava o ônibus deslizando sobre o asfalto, as faíscas completando o espetáculo para quem observava de fora.
Parou. Não conseguia se mexer. Foi então revelado a ele que as pessoas não veem o filme da vida quando estão perto de morrer. Lembrou-se de muitas coisas, apenas. Coisas que concluiu serem importantes, já que vieram à tona no momento de sua morte. Soube, então, que talvez não tivesse feito as melhores escolhas durante a vida. Já sabia disso, mas agora sentia a vontade de poder voltar e recomeçar tudo...

A gente cresce

3 de setembro de 2012


Vejo-me em um impasse, fazendo coisas que não quero por não saber as que eu quero. É como se por falta de planos em mente eu seguisse o caminho pelo qual tudo vai indo automaticamente. Assim mesmo, “gerundiamente”.
De certo, posso estar errado ao agir a favor daquilo que eu sei que não me traz satisfação. Concordo se me disserem que o melhor caminho seria não fazer nada disso tudo que eu ando fazendo e que, repito, eu sei que não quero fazer. Sim, pois se não o fizesse provavelmente descobriria o que eu quero fazer.
Embora concorde com essa minha lógica, sinto me desapontar, não é tudo de que preciso. Continua-me faltando a tal coragem e o impulso que me é essencial para nadar contra o fluxo que sempre segui. Se já é difícil seguir a correnteza, imagine nadar contra ela! Logo eu que não nado muito bem...
Pois bem. A vida nunca me pareceu tão simples e tão complicada quanto hoje, mas sinto que algumas coisas já estão no lugar.
Realmente, a gente cresce...
O É tudo que eu sei completou seus primeiros 200 seguidores ontem. Fiquei feliz porque tinha parado em 199 e não saía mais, rs. Agradeço aos responsáveis - que no caso são vocês que seguem. Ah! Mudei o layout do blog também. Enjoei do outro... Esse é o quinto a estrear por aqui e o segundo feito por mim - e é melhor visualizado no Google Chrome. Ficou simples e muita coisa permaneceu igual, mas o que vale é a intenção. O robô sentado ali em cima é o Marvin (clique e conheça-o), um dos meus personagens de livros preferidos. Bom, eu gostei do resultado e espero que você que está lendo isso agora também tenha gostado. É isso. Tchau!

Sobre pessoas

10 de agosto de 2012


- Sabe, eu andei pensando. O relacionamento com pessoas é difícil. Nós somos assim, um dia estamos bem e no outro nem tanto. As coisas fluem rápido demais, tem muita coisa correndo aqui dentro da gente.
- Sim. Mas o que você quer dizer?
- Eu quero dizer que você tem que saber se virar. Quando digo você eu quero dizer a gente, entende? Você precisa saber que as pessoas têm momentos, senão as coisas não caminham.
- E saber disso muda alguma coisa?
- Não, cara. É o que você vai fazer com isso, sabe? Tem que haver certa tolerância e algum preparo, porque você vai sofrer um pouco e às vezes vai pensar em desistir de se misturar com os outros. Mas você não pode deixar isso acontecer.
-Sim.
- Quando duas pessoas estão bem – assim, você e mais alguém estão bem, entende? – você tem que aproveitar isso. Você leva um papo legal e vai dormir bem porque as coisas estão indo bem. Amanhã, talvez, a pessoa com quem você conversa sempre acorde de mau humor e mande você ir procurar um pé de coco no asfalto de São Paulo, e vocês moram no Acre. É longe pra cacete. E se isso acontecer, talvez as coisas não sejam mais as mesmas. Aí você não vai dormir tão bem e vai acordar querendo se vingar. Mas você tem que dar o braço a torcer algumas vezes, sabe? Eu andei pensando sobre isso. Se as coisas são difíceis você tem que saber administrar.
- Deixa ver se eu entendi. Você está me dizendo que eu não posso deixar as coisas perderem a linha?
- Perfeitamente. Sabe, cara, às vezes eu acho que você é muito esperto. Bom, você precisa se colocar no lugar das pessoas. Vai ter dias em que você vai querer um abraço, mas só vai receber um oi. Você ficará chateado, mas não é por isso que ela tenha deixado de gostar de você. Pode ter acontecido alguma coisa que a tenha deixado de mau humor. Você precisa aguentar a vontade de ganhar um abraço até ela voltar ao normal.
- Difícil. E quando eu estiver chateado? Será que as pessoas vão entender e se colocar no meu lugar?
- Nem sempre. Não é todo mundo que sabe dessas coisas. Colocar-se no lugar de alguém é uma técnica que precisa de treinamento. Algumas pessoas nunca aprendem e você precisa saber administrar isso também. A gente tem problemas de todos os tipos. Você não pode querer que as pessoas sejam iguais a você. Os contextos de vidas são diferentes.
- Entendo. Mas isso é difícil pra caramba. Você consegue fazer isso sempre?
- Não, cara. Mas estou administrando essa falha. Tente me perguntar isso daqui alguns anos. Talvez eu responda que sim.

Instável

4 de agosto de 2012

Mas por que provar o que sou se amanhã já não mais serei o que provei que era?
Minhas certezas, instáveis que são, não conseguem sustentar a ideia de um eu imutável, definível de forma decisiva.
Então, continuo assim. Incerto, impreciso, inconstante...

Invisível

31 de julho de 2012

Não sei como pode caber tanto dentro de mim, dentro de nós. Somos tão grandes, ao passo em que me sinto pequeno, quase desaparecendo, invisível... Culpa do coração mais uma vez. Essa sensibilidade toda que um dia achei ter perdido só estava adormecida. E ressurgiu. Dessa vez me deixando sem identidade, meio perdido dentro de mim. São sensações que, apesar de normais e sempre passageiras, perturbam muito.
Não sei o que dizer para me explicar, mesmo porque não há ninguém para pedir explicação, pois não há nada de diferente em mim a ponto de alguém perceber... só por dentro...




Melação desnecessária. Um dia eu volto, leio e me arrependo de ter postado tamanha futilidade... Mas, na ausência de um ombro amigo, escrever é minha saída. Alguém me lê? Sente aí e vamos conversar...

Monólogo

21 de julho de 2012


Estava planejado que hoje seria diferente. Eu pegaria um ônibus e sairia por aí. Certo. Mais tarde eu o faço. Ou não. Na verdade eu sei que nem vou sair desse quarto. É assim sempre. Se eu tivesse um cigarro eu fumaria. Não, eu odeio cigarros. Por que as pessoas quando ficam tristes nos filmes pegam um cigarro e fumam? Há os que bebem nesses casos. Mas não, eu odeio bebidas também. Eu odeio muita coisa. Sabe, odeio acordar tarde.
Hoje eu acordei tarde. Ontem também. Acho que é porque ultimamente eu estou dormindo só depois que o barulho da rua acaba. Mas demora um pouco, porque depois disso começa o barulho dentro da minha cabeça. Eu me levanto várias vezes da cama enquanto os outros dormem e aquietam o barulho que também incomoda dentro de suas cabeças. Vou ao banheiro sem necessidade porque talvez eu tenha uma epifania enquanto fico em pé olhando a água da privada refletindo meu rosto. Às vezes vou à cozinha, abro a geladeira, fico com frio e bebo um copo d’água. Daí eu volto pra cama e escuto música olhando para o teto que eu não consigo enxergar no escuro. Engraçado. O teto que eu não enxergo à noite me traz a mesma sensação de quando olho para o céu. Não encontro seu fim, mas ele está ali, por cima de mim. Será o teto, infinito? Não sei, mas quando desconhecemos o fim costumamos chamar de infinito. É uma resposta fácil e poupa suposições...
Eu tenho medo de estar deixando de aproveitar a vida. Mas bom, não sei fazer outra coisa. E, de qualquer forma, estou a aproveitando do meu jeito. Por que o ruído das vozes de várias pessoas juntas parece ser sempre o mesmo em todos os lugares se em cada lugar as pessoas são diferentes? Cara, que loucura. Isso parece uma pergunta genial. Talvez eu descubra a resposta e consiga ganhar dinheiro com isso. Eu sempre penso demais quando nada estou a fazer. Talvez para compensar minha inutilidade.
Eu sabia que não sairia desse quarto. É assim sempre.


Cuidado com os estilhaços

24 de junho de 2012


Um fato sobre a vida: É mais fácil entender as pessoas que fazer com que elas me entendam.

Outro fato sobre a vida: Conseguir fazer com que as pessoas respeitem o que não conseguem entender em mim é demasiadamente complicado.

Um terceiro fato sobre a vida: Eu não consigo parar de tentar entender o porquê dessas coisas acontecerem.

E uma coisa que eu queria falar:

E pensar que é isso que se passa na minha cabeça desde pequenininho... Eu entendo hoje porque eu era uma criança estranha, porque eu fui (ou sou?) um adolescente estranho e porque talvez eu continue sendo uma pessoa estranha. É que sempre dei mais importância ao que se passa dentro de mim que o resto do tudo que está do lado de fora da minha mente.
O mundo convencional é chato e me faz sentir velho. Os tabus, as regras, os objetivos da vida, o viver em sociedade, o “ser feliz”... É tudo convencionado. Tudo bem que coisas convencionadas facilitam a vida. Até porque é mais prático possuir o que já está pronto que ter que construir as coisas toda vez que se precisar delas, se é que dá pra entender essa metáfora. Mas eu prefiro tentar ser livre, pelo menos dentro de mim. Não gosto de receitas que me “ensinem” a viver. Odeio verbos no imperativo. E se usarem a desculpa para quando tentarem mandar em mim de que “faço isso porque te amo”, eu vou responder que amor também é convenção humana. Mas tudo bem, eu entendo o que é amor e até concordo com a definição, então deixo passar. Só não concordo em querer amarrar uma corda no meu pescoço e sair me puxando por aí.
Olhe, eu não quero ser feliz, obrigado pelo convite. Felicidade pra mim é diferente. Eu quero estar feliz (e do meu jeito), porque ser feliz é questão de estado. Não se é feliz, está-se feliz. Já disseram isso, poxa, não é difícil entender. Mas quero que as pessoas deixem que eu me lasque na vida mesmo. Eu não tenho jeito... 

O problema do valor da vida

15 de junho de 2012

Não se pode valorar a vida, pois somos os viventes dela. Há desmedido erro em dizer que a vida é bela, boa, perfeita. Para julgar, precisa-se comparar com algo que dê contraste, parâmetro. No caso, por lado a lado a vida e a morte e apontar o que há de desigual entre os dois fenômenos, e aí sim, julgar belo ou feio cada um. É claro, julgar de acordo com valores humanos - que têm suas raízes convencionadas e são corretos apenas por maioria de votos. Mas, se não conhecemos a morte como podemos saber que ela é ruim? O que conhecemos dela é o que os mitos e as religiões nos passaram como conhecimento certo. Mas nem isso está livre do erro. No dia que soubermos o que é a morte de fato, poderemos saber se a vida é boa ou ruim.
Faço das palavras de Nietzsche em “O problema de Sócrates”, as minhas. E longe de mim querer parecer culto. De culto não tenho nada. Tive apenas a oportunidade de ler seus escritos por ironia da vida. E lá ele dizia que somos suspeitos para falar da vida, pois nós vivemos. Os mortos seriam os capazes, mas eles não podem, por outro motivo: estão mortos! De modo nada poético, mas objetivo, ele diz que a vida é para ser vivida. Ao valorá-la, deixa-se de viver, torna-se decadente.


Venha me conhecer! - disse ele...

5 de junho de 2012


"Maximize-se. Torne-se mais, não se acanhe, não se acomode. O mundo espera por você e eu também.
Entre, seja bem-vindo, faça do meu mundo o seu, chame amigos! Eu adoro a casa cheia! Já tenho inúmeros seguidores, mas serei tão feliz se você também vir... 
Siga-me, escute-me e até contrarie-me. Mostre que já me conheceram errado, que já me definiram errado. Trate bem todos os meus filhos, eles precisam de você o tanto quanto você deles. Eu juro que te levarei a lugares que você nunca imaginou, e os mundos surreais por onde você irá navegar vão te desligar daquilo que o mais sábio julga impossível. IMPOSSÍVEL, para mim nada o é. 
Estude o que manteve pessoas por anos ligadas a mim. Estude o que ainda mantém milhares e saberás o motivo pelo qual milhões ainda beberão do licor que forneço. 
Já fiz de anônimos, famosos. Já trouxe a vida a quem não mais nela acreditava. Ensinei teu avô a capinar, ensinei tua avó a bordar, teu pai a te cuidar e tua mãe a cozinhar. Ensinei o mundo a viver, o pobre a trabalhar, o rico a dividir e o egoísta a lecionar. 
Venha.. Não se acanhe, traga amigos... Seu quarto é no segundo corredor a esquerda, fique à vontade! A CASA É SUA! Qualquer coisa me grite, estarei sempre disponível... Boa noite.. Ahh e antes que eu me esqueça, prazer, meu nome é Conhecimento." (Por Rayan Silva)

Cansado...

24 de abril de 2012


Sem saco para enfeitar palavras. Sem vontade alguma de organizar as coisas para que façam sentido. Cansado demais, doente demais, indisposto demais para facilitar as coisas para que outros me entendam. Que se dane a própria retórica, a capacidade de argumentar, de me defender. Ando aborrecido demais para me auto afirmar ao mundo.
Sinto-me estranho, mas as coisas por si próprias andam estranhas. Algo conspira para que tudo se torne superficial demais, para que eu não sinta a vontade de mergulhar a fundo e descobrir o desconhecido. Tudo tão estranho que até o que eu já conhecia começa a perder o sentido. Preocupo-me ao chegar a esse ponto. Será que é a falta da escrita? Ela me causa essa sensação? Oh! Será que estou dependendente dela? Às vezes concluo que o caso vai além da dependência. Acho que ela já sou eu. Eu sou o que escrevo, não o que o mundo conhece. Sou a verdade escrita. A vida vivida se tornou um hobbie ou um toque aleatório, um sopro de acaso desconcertado. Tudo está bem, já que não me preocupo com nada.
Não sei se já estou pronto para morrer, mas sinto que já estou morto. Só sou vivo quando escrevo. Se deixarem minha alma escrever, então posso morrer e entregar a responsabilidade a ela para que tome conta do que entende como vida.
Ah! Cansado demais para entender o mundo, o egoísmo das pessoas, a ignorância dos que tem a verdade nas mãos e preferem vestir luvas para não a enxergar. Tudo tão rápido, expresso, prático. Tudo tão fácil, nada de trabalho duro, nada de suar para conseguir, de sofrer para construir. Tudo tão pronto. Sentimentos vendidos em atacado. Conversas inicializadas e findadas por sinais ou bipes. Tudo tão teatralizado, falso. Tudo tão comum, nada mais é raro. As coisas agora são redigidas por leis, as vontades precisam ser permitidas. Nada natural, tudo muito superficial. Tudo que eu não gosto. Tudo que eu faço mesmo sabendo que não concordo.
Eu sou uma farça. O sem coragem. O que cala o próprio grito por não ter peito de enfrentar o que acho errado. E se falo isso é com o intuito de achar alguém como eu, pois desgraça compartilhada é massagem no ego, é conformidade para a alma.
Maldito ser humano. Maldito tudo que me torna infeliz.
Mas eu gosto da infelicidade, da solidão, da falta de entendimento.
Hipócrita sou eu ao redigir meus sentimentos. Eu que gosto de ter sobre do que reclamar, do que sofrer, do que lamentar... Tudo isso alimenta minha alma. Sou o pleno fruto da negação. Sobrevivo das cinzas que restam daquilo que queimo.
Sou um legítimo poeta? Sei lá. O que é ser poeta?
Não sou poeta coisa nenhuma!
Eu sou coisa nenhuma!
Sou o nada porque o nada é o tudo negado.

Sobre a liberdade de novo

2 de março de 2012


“A liberdade é uma das maiores reivindicações da adolescência, mas a liberdade que ela reivindica é uma sombra da liberdade autêntica, tanto quanto a espontaneidade criadora que se imagina descobrir na criança não passa de uma sombra e o simulacro (imitação) de um verdadeiro poder criador. A liberdade adolescente é uma adolescência da liberdade, uma liberdade de aspiração, uma aspiração à liberdade, sem conteúdo preciso, na onda das paixões e a confusão dos sentimentos e das idéias. [...] A juventude não é a idade da liberdade, mas o tempo de aprendizado da liberdade, a liberdade não sendo definível pela ausência e restrição, ou a revolta contra as restrições. O homem livre é aquele que, tendo feito a prova dos diversos aspectos, dos componentes da personalidade, chegou a por em ordem a consciência que tem de si mesmo, no projeto de sua afirmação no mundo. É absurdo imaginar que a criança, o rapaz, possa um belo dia entrar no gozo de sua liberdade, vinda a ele como uma dádiva do céu. A liberdade de um ser humano se faz dificilmente, ela se conquista dia a dia, ela é o desafio de uma conquista, ausente nos começos da vida, desenha-se no decorrer dos anos de formação que correspondem a um percurso através do labirinto mítico das significações e possibilidades da existência. Procura do sentido, procura do centro, tomada de consciência da autenticidade pessoal, não sem angústia nem sofrimento.”
Georges Gusdorf. 
Trecho retirado do livro Filosofando - Introdução à Filosofia. 
(Maria Lúcia e Maria Helena)

Sobre a minha realidade

20 de fevereiro de 2012


Por mais que eu queira fugir da minha realidade ela sempre me abraça forte e eu acabo cedendo aos seus braços. Minha realidade está em ser capaz de dizer o que sinto somente quando estou meio pra baixo. Vez ou outra eu consigo falar coisas interessantes estando de bem com a vida. Mas na maioria das vezes, quando em momentos de “alegria”, eu evito estragar as coisas e me conformo em não dizer nada ou não procurar problema onde não tem.
Eu adoro escrever. Foi escrevendo que aprendi a organizar minha bagunça interior, a passar por momentos ruins sabendo que tudo que acontece tem um motivo e que não preciso me preocupar tanto em acertar sempre. Sabe, errar faz parte do jogo. Aprendi em filmes que escrever é uma terapia e que te ajuda a enfrentar os seus fantasmas, e bom, deu certo e continua dando comigo. Às vezes passo dias sem arriscar uma palavra, mas é que tem horas em que as coisas estão controladas e não há necessidade de desabafar nada.
Já disse tantas vezes que gosto de ouvir as pessoas, mas a verdade é que eu não tenho muita coisa para dizer a elas. Pode parecer incoerente, pois escrevo tanto! Mas o que escrevo é o que se passa por dentro, o que mais há de oculto, e isso eu não consigo dizer para ninguém diretamente. Gosto de falar aos ventos e escuta quem quiser ou quem estiver atento à procura de palavras. Ora atinjo alguns, e ora alguns me atingem. É assim o meu jeito de encarar as coisas.
Sei inventar histórias, mas isso não me agrada. As que eu tenho são só disfarces do que sinto lá no fundo mesmo. Por isso não são totalmente inventadas. É que quando não quero ser direto eu distorço a realidade e escrevo coisas tortas para dar um ar de despreocupação, afastar-me do centro das atenções e deixar que os personagens tomem esse lugar.
Não sou poeta nem artista. Não sou culto nem gosto de formalidades demais. Não sei a hora certa de fazer as coisas certas, mas sei que a vida me leva sem reclamar e sempre tem alguma coisa guardada para todo mundo. Por isso eu digo que está tudo bem, mesmo sabendo que não está nada cem por cento. Porque aprendi que as coisas desconexas e não interligáveis que eu digo fazem algum sentido mais tarde.

Eu não sei o que é o amor

31 de janeiro de 2012



A gente tem certa pré-disposição para se apaixonar por aquilo que se parece conosco – quanto mais semelhante, mais atraente. Quase sem querer, pegamo-nos admirados por alguém que tem os mesmos gostos musicais que os nossos, que pensa da mesma forma sobre determinados assuntos ou tem as mesmas manias e loucuras que até então achávamos que só se encontravam em nós mesmos. As diferenças que existem – sempre há, pois ninguém é igual a ninguém – são camufladas com a roupagem de um mendigo que está ali, mas se você não se importar muito passa despercebido, e é como se ele não existisse.
Fingir que as divergências não existem dá uma falsa sensação de que entendemos as pessoas e consequentemente uma maior facilidade em se apaixonar por elas. Mas isso é um problema, pois desse jeito não nos apaixonamos de fato por outra pessoa, uma vez que gostar muito de quem se parece com a gente é o mesmo que se apaixonar por uma parte de nós mesmos no outro. E estarmos apaixonados por nós mesmos é ótimo, tudo bem, até o momento em que descobrimos que o nosso reflexo no outro está começando a ficar embaçado.
Eu não sei mais o que é amor, porque o que eu achava a respeito era só a personificação de mim mesmo na personalidade alheia, que minha limitação juvenil conseguia enxergar com um brilho fora do comum. Perfeito narcisismo. Só que não precisei me afogar em água para descobrir isso. Bastaram algumas leituras e alguns tutoriais sobre “como descobrir que você era um idiota que achava que amar era apenas enxergar o que aparentemente era agradável”. E hoje, estou eu aqui com uma teoria que não é totalmente minha, mas que faz bastante sentido para mim e me deixa levemente confortável.
Sobre a minha opinião sobre o amor, creio que funciona mais ou menos assim. Você fica tão feliz que tem a coragem de soltar um mortal da cobertura de um prédio com destino a um colchão de ar encontrado no chão, há alguns muitos metros abaixo, com umas pessoas tentando te dizer para não fazer isso porque o colchão está furado. Uma ideia bastante ridícula, diga-se de passagem. Mas juro que quando souber mais informações eu escrevo um texto novo – é o que sei fazer até agora.
Enquanto isso, eu posso fingir que está tudo bem e que não estou nem um pouco preocupado com meu coração que está andando por aí à procura de um coração rosa para brincar de pulsar forte. Até então, tudo normal... A vida é um fingimento mesmo.

O restaurante no fim do Universo

26 de janeiro de 2012

Marvin, Zaphod Beeblebrox, Ford Prefect e Arthur Dent 
(no filme... é, tem um filme também)

O Guia do mochileiro das Galáxias sobre a população do Universo.
[...]
É fato conhecido que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há um espaço infinito para que esses mundos existam. Todavia, nem todos são habitados. Assim, deve haver um número finito de mundos habitados. Qualquer número finito dividido por infinito é tão perto de zero que não faz diferença, de forma que a população de todos os planetas do Universo pode ser considerada igual a zero. Disso podemos deduzir que a população de todo o Universo também é zero, e que quaisquer pessoas que você possa encontrar de vez em quando são meramente produtos de uma imaginação perturbada.
[...]

O Restaurante no fim do Universo - Douglas Adams
Faz mais ou menos um ano desde que li a série "O mochileiro das galáxias" pela primeira vez. Gostei tanto que estou relendo. É engraçada, reflexiva e doida. Eu recomendo de verdade.

Não volte pra mim - Carlos Carvalho

20 de janeiro de 2012

Já coloquei uma música dele por aqui uma vez (post aqui) e estou vindo falar dele novamente. Essa música foi feita pelo meu amigo Carlos Carvalho e eu gostei tanto que merece outro espaço no meu espaço!
Espero que quem está lendo assista o vídeo e se possível comente o que achou.



Para escutar lendo a letra:

Tem coisa que não se conta por aí

9 de janeiro de 2012


Há coisas que se sente e que se deve guardar para si próprio. Fazer do sentimento um segredo e evitar a revelação, o compartilhamento. A maioria das pessoas está sempre tão atolada em devaneios, pensamentos, ou mesmo na falta disso, que dificilmente dará tanta importância ao que sentimos da mesma forma como damos. A normalidade é assim mesmo.
Eu digo que não se deve dividir certas coisas, mas não pensem que quero dizer que se deve ser egoísta. Não é questão de egoísmo, até porque não é mesmo. Eu chamo de preservação. Sabe por quê? Porque quem se abre demais pro mundo deixa qualquer um entrar e acaba perdendo a sua individualidade. Eu acho isso um problema. Por mais que se conheça alguém, nunca saberemos por completo como esse alguém pode reagir diante do que sentimos. Caso ele - o alguém - interprete errado, ou mesmo não dê tanta importância como nós mesmos damos, o desfecho, quase sempre, é nos conformarmos que o que tem no nosso coração é besta demais ou exagerado demais. Mas eu sei que o que se tem no coração nunca pode ser passível desse tipo de julgamento. Nunca ouvi dizer em tribunal de sentimento. Essas coisas assim, puras, tão abstratas que chegam a ser difíceis de descrever, fazem parte da alma - do espírito, da consciência, do presságio para o racional... Como queiram chamar, não importa - fazem parte da alma e não se julga uma alma. Nem dá pra se ver uma alma, oras.
Então, funciona assim. Você conta o que se passa a uma pessoa e ao mesmo tempo está permitindo que essa pessoa entre no seu mundo e faça o que achar certo, mesmo que não seja o seu certo. Se você vai concordar ou não, não importa. O estrago já foi feito. É como se você guardasse uma coisa muito importante dentro do guarda-roupa em segredo e um dia resolvesse mostrar ao seu amigo e ele reagir dizendo “nossa, era só isso?!”. Acaba com qualquer um... Às vezes é melhor não correr esse risco.
Por isso eu volto a dizer que nem tudo deve ser compartilhado. Tem coisa que existe só pra ficar guardada mesmo. Se mostrar pro mundo estraga.
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