Sem poder fazer nada...
30 de junho de 2013
Como se todos os problemas do mundo fossem meus.
Sinto como se estivesse de olhos abertos e toda a luz do
universo penetrasse meus olhos.
Sinto o peso da criação em mim,
como se eu fosse o responsável por aquilo que acontece no
mundo que criei.
Sinto um peso enorme...
Eu sinto... eu sinto... sinto por não poder deixar de
sentir...
Sinto dores completando os espaços vazios que ainda restam
em mim.
Sinto o peso do arrependimento... sinto por não poder evitar
que as coisas saiam do controle.
Elas saíram do controle há muito tempo,
e eu nada pude fazer, e continuo não podendo...
Eu sinto...
Eu sinto essa grande impotência em ser meu próprio deus e
não saber controlar o que se passa em meu mundo...
Sobre rotina e essas coisas da vida
16 de junho de 2013
Ninguém gosta de acordar cedo em uma segunda-feira, e
observar um domingo se esvaindo lentamente é uma tortura. Aliás, há uma nuvem escura
que pousa sobre os domingos mais ou menos depois das 20:00 h que deixa tudo
mais depressivo. Um medo que o início de uma nova semana planta na cabeça de
quase todo mundo.
Vai começar tudo de novo. Você vai acordar cedo, pegar um
ônibus ou enfrentar o trânsito de dentro do seu carro. Vai chegar no trabalho e
encarar suas novas - mas iguais - tarefas ou terminar as que ficaram faltando
da semana passada. Ou vai para a faculdade estudar aquilo que você gosta
sabendo que na terça tem aquela aula chata sobre aquele assunto que você só
encara por não ter outra opção. Mas está tudo bem, a vida não é feita só daquilo
que você gosta, certo?
Não sei se está certo.
Sua diversão é ir ao parque nos fins de semana, encontrar os
amigos no shopping, viajar para esfriar a cabeça, "fugir da cidade"
ou da própria realidade, viver outras vidas momentâneas, ou seja lá o que for. E se houver um
feriado que te proporcione isso mais cedo que o previsto, ótimo! Feriados são
perfeitos, certo?
Não sei se está certo.
E o que você vai dizer aos seus netos se por acaso os tiver
um dia? Você não pode viver uma vida inteira fazendo as mesmas coisas. Vamos
levantar essa bunda da cadeira! Isso, viaje, fuja, inspire-se, conheça, tenha
fortes emoções, esqueça a rotina - essa terrível rotina - beba um pouco,
experimente fazer coisas proibidas, seja louco! Ser louco é uma das melhores
formas de se aproveitar a vida, certo?
Não sei se está certo.
Há algo de errado em tudo isso. Eu vejo tristeza em cada esquina,
eu vejo insatisfação todas as manhãs quando observo as pessoas dentro dos seus
carros, vejo-as sendo felizes apenas quando sobra tempo...
A vida não é feita só daquilo que a gente gosta. Por que
não? Há quem não se obriga a fazer o que não satisfaz para alimentar essa
esperança de dias melhores. Na verdade existe certo conformismo em perpetuar esse legado
social aqui cimentado. Essa obsessão por progresso, por crescimento, por levar
uma vida infernal para se ter uma tranquila futuramente, por deixar um legado,
por ter que sofrer... Por que isso tudo? Por que repetir as mesmas ações
sempre? Por que, para ser feliz, tem-se que fugir da rotina, respirar novos
ares? Por que os "hábitos comuns" são sufocantes? Por que as pessoas
saem de casa tristes e estressadas e não fazem nada para mudar? Uma vez ouvi
dizendo que se as pessoas realmente estivessem satisfeitas com suas vidas, com
seus trabalhos, com sua situação, não precisariam comemorar feriados...
"É preciso lutar!". "Sofrer faz parte da
vida". "É preciso fazer o que não se gosta também". "Tem-se
que perder para dar valor"...
Há algo de errado. Enquanto for preciso se desviar do caminho habitual para sentir algum tipo de prazer pessoal os valores estarão caminhando para um conformismo imensurável.
Há algo de errado. Enquanto for preciso se desviar do caminho habitual para sentir algum tipo de prazer pessoal os valores estarão caminhando para um conformismo imensurável.
PS.: Salvo disposições contrárias. Embora eu ache difícil...
Confissões da madrugada
2 de junho de 2013
Eu sofro de um problema que me perturba dia e noite. Tenho o que vou chamar agora de distúrbio de desvio de concentração do presente. E não falo por vaidade - porque há quem goste de estar cheio de problemas... vai entender. Não há maneira que faça aquietar minha cabeça em relação a isso. Explicarei o que vem a ser esse tal distúrbio.
Gosto de ler, sobre qualquer coisa que me interesse. Ler abre minha cabeça e expande os caminhos que posso vir a seguir. Leio cores, leio fotografias, leio pessoas, leio livros, leio a vida. Ler não é um gostar-ou-não-gostar. A leitura faz parte de mim. Hoje, sou o que leio, e o que faço com isso me edifica.
Ótimo.
Durante o tempo em que estive vivo por aí, passei por processos que todo aquele que se questiona e questiona também a vida já passou ou está passando. Tomei choques de realidade, cresci com minhas mudanças, chorei, aprendi, perdi o sono etc, etc, etc. Hoje estou em um estágio de aceitação e de novas descobertas. Normal, normal. Não quero ir além com essa história. É coisa que já se sabe.
O grande problema é que aprendi várias coisas e agora não sei o que fazer com elas. Não sei olhar para o presente mais. É como se eu estivesse flutuando, esperando o vento cessar para que eu caísse em algum lugar. Perdi a coragem de escolher pelo medo que tenho de estar jogando as outras possibilidades fora. Quero fazer tudo. Isso é terrível! Eu sei que não posso fazer tudo, pois sou só um!
Como se não bastasse, existe um problema maior que o grande problema: a vida está passando, o tempo está correndo e o vento ainda está muito forte!!! Quando irei me firmar? Quando terei os pés no chão? Não quero mais ter apenas esperança. Esperar custa caro quando é só isso que você faz.
Preciso filtrar, colocar as coisas na balança, tomar decisões e tudo que for necessário para sair do lugar, mas eu simplesmente não sei por onde começar.
Torço para que esse momento seja apenas um rápido momento, como uma ponte que liga as descobertas com aquilo que farei com elas um dia. E que esse dia não esteja tão longe...
Torço para que esse momento seja apenas um rápido momento, como uma ponte que liga as descobertas com aquilo que farei com elas um dia. E que esse dia não esteja tão longe...