Crítica Livre | Documentário "Eu Maior"

30 de outubro de 2014

Antes de mais nada, é bom esclarecer que esta crítica é de inteira responsabilidade minha. Eu, que faço-me público por meio deste blog pessoal, o qual não tem outro objetivo além de permitir me expressar. O que você irá ler, então, são apenas as minhas impressões pessoais acerca do documentário "Eu Maior". Enquanto o assistia, procurei contrastar, de uma forma crítica, os depoimentos das pessoas com alguma experiência que adquiri nesses meus quase vinte e um anos de vida. Assim sendo, o leitor fica ciente de que estas palavras são ditas por um jovem rapaz que também procura questionar a vida, tal qual o documentário nos incita a fazer.
Esta crítica é uma tentativa de desconstruir os preconceitos morais que por vezes cultivamos sem saber para, assim, apontar algum caminho que nos permita preencher nossa existência com o sentido que cabe a nós mesmos buscar; dar uma visão crua e objetiva da vida, sem rodeios em volta dos tais mistérios que a envolvem; promover a reflexão acerca do autoconhecimento e da felicidade humana.
A crítica não tem foco na produção do documentário, mas na visão dualista da existência (matéria-espírito) que é compartilhada pela maioria dos entrevistados, assim como nas conclusões e ensinamentos por eles compartilhados, os quais têm como ponto de partida exatamente essa visão que, como tento explicar, não parece estar em concordância com aquilo que podemos observar da realidade.
O texto é longo, então agradeço de antemão a disposição caso você consiga ler até o fim. E, se isso ocorrer, não deixe de comentar algo ou manifestar qualquer impressão que tiver. O espaço é livre.

Crítica Livre | Filme "Quase Deuses"

28 de outubro de 2014

Something the Lord Made, adaptado para o português como “Quase deuses”, é um filme produzido e distribuído em 2004 pela HBO e que, baseado em fatos reais, conta a história do técnico de laboratório Vivien Thomas. Sendo negro, ele tem de superar as discriminações que sofre em uma época na qual as pessoas são divididas por suas características raciais. Vivien colabora com as pesquisas do Dr. Alfred Blalock, pesquisas estas que acabaram culminando na primeira cirurgia cardíaca realizada em humanos.
A crise de 1929, que teve impacto em diversos países do mundo, provocou mudanças sociais de forma radical no Estados Unidos, local onde se passa história. O personagem principal do filme é vitimado por essa situação, assim como diversas pessoas que tiveram seus investimentos perdidos quando os bancos começaram a falir. Vivien perde as economias que juntava para pagar a tão sonhada faculdade de medicina e é despedido de seu antigo emprego na carpintaria, tendo que passar a prestar serviços de limpeza no laboratório de pesquisas do Dr. Blalock. Nesse momento, os talentos medicinais de Thomas são percebidos pelo médico que, apesar de arrogante e insensível, não revela comportamentos preconceituosos para com seu futuro ajudante de laboratório. O ex-carpinteiro demonstra grandes habilidades com os instrumentos cirúrgicos, e seu conhecimento sobre as peculiaridades da medicina impressionam o Dr. Blalock.

As eleições e o viés de confirmação

9 de outubro de 2014

Nessa época de eleições (e na vida também... por que não?) nós poderíamos estar mais atentos a algo conhecido como "viés de confirmação", que é "a tendência natural de procurar pistas e levar mais a sério evidências que confirmem as nossas crenças"[1].
Geralmente, das informações que recebemos dos jornais, das revistas ou das postagens em redes sociais, temos uma interpretação pessoal seletiva e tendenciosa, sendo moldada em favor dos nossos desejos mais íntimos e de nossas crenças tão bem estabelecidas. Assim, ignoramos (ou procuramos invalidar) apenas aquilo que vai de encontro a essas convicções, e tomamos como logicamente correto e relevante somente o que está de acordo com elas, porque, para nós, isso é evidência (confirmação) de que são crenças legítimas (e como é bom nos sentir confortáveis com nossas certezas, não?!), enquanto as críticas são sempre mal fundamentadas ou distorcidas, não devendo ser levadas em consideração - aliás, por que será que nosso candidato sempre vence os debates[2]?
As opiniões alheias estão sempre erradas, e os indivíduos que as defendem provavelmente estão cegos, já que vivem em mundos diferentes ou não entendem como o sistema funciona. Nós, pelo contrário, temos a capacidade de enxergar o quadro geral e sabemos, com propriedade e experiência, o que seria melhor para a sociedade, já que todas as evidências apontam para a validação de nossa tese. É mais ou menos assim que o viés de confirmação opera.
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