Ciúme do que é meu e principalmente do que acho que deveria ser meu

24 de junho de 2011

Eu gosto de falar sobre as coisas da vida tanto quanto gosto de falar sobre mim. Às vezes me invade a mente umas divagações sem utilidade nenhuma que me fazem refletir sobre os fatos mais insignificantes do meu cotidiano. São pensamentos tão meus que tenho certo receio ao expô-los pelo simples fato de achá-los inúteis demais. E há momentos em que minha vontade de extraí-los da alma é tão forte que não consigo organizá-los em poucas palavras. Mas não custa tentar.
Quando leio um livro acabo adotando-o como se tivesse feito por mim. Ou para mim. As ideias que os personagens dizem muitas vezes condizem minuciosamente com o que penso. Então fico com aquela estranha sensação de que sou o centro do universo e que tudo é direcionado à minha pessoa. Parece que as frases, conclusões e devaneios ditos só estavam esperando serem lidos por mim, e que depois disso não teriam motivo para serem sentidos por outros.
Isso explica o ciúme que sinto quando vejo alguém dizendo um trecho de um livro, filme ou mesmo uma música que até então julgava ser propriedade minha. É como se pedaços de mim estivessem pulando de boca em boca sem minha autorização.
Não demonstro exteriormente esse meu zelo pelo “meu”. Pode ser uma paranóia que todos sentem dentro de si e esquecem que existe na maioria do tempo. Mas observo-a quando ouço alguém dizer alguma coisa do tipo “eu amo essa música! Parece que foi feita para mim” e não hesito em pensar “Ai ai. Nem deve ter entendido a letra direito para estar dizendo isto. Ora, se me conhecesse saberia que esta música tem tudo a ver comigo”.
Ciúme, ciúme...
Há explicação para isso? Deve haver sim. A psicologia deve explicar essa normalidade genuinamente sapiens.
Tem coisas no comportamento humano que atingem meu humor...

Texto simplório

21 de junho de 2011

Aqueles momentos em que alguma pessoa te surpreende com um “ei, acorda!” quando você está parado, olhando fixamente para lugar nenhum e pensando em uma coisa qualquer te faz refletir o quanto anda distraído. Parece que seus pensamentos te levam para um mundo paralelo, onde você se sente seguro e diferente do restante das pessoas. Você conversa consigo próprio e vez ou outra se pega falando sozinho ou cantando uma música sem perceber que há alguém por perto achando que você é louco. Ou pior. Quantas vezes, por se achar tão alheio ao mundo, você já pensou estar realmente ficando louco? Certeza que isso não acontece só comigo.
Eu tenho a necessidade de mostrar o que sinto por meio das palavras. É por isso que escrevo tanto e falo pouco. Sou um cara de pouca expressividade quando se trata de falar. Já me acostumei com isso. Antes eu queria muda isso, mas hoje não cobro mais tanto de mim. Aprendi que mudar pelas pessoas não é tão correto quanto mudar por si próprio. Passei a pensar assim quando ouvi alguém dizendo que “a única pessoa que sempre vai estar ao meu lado, me aturando até o último dia da minha vida sou eu mesmo”. Então pra que me mascarar para os outros? Eles sempre vão embora e me deixam com o vazio e a sensação de que fiz algo errado. Sempre.
Quando você adota uma postura mais rígida e passa a ser você mesmo, as pessoas te enxergam com outros olhos, pois elas não querem que você seja bom por você mesmo. Elas esperam que você sirva para elas em algum aspecto. Pelo menos a maioria delas.
Eu não queria falar nada disso. Mas esqueci o que queria dizer de verdade e resolvi encher lingüiça com mais algumas ideias soltas.
Fica aí mais um pedaço de mim, registrado.

A vida não segue receita nem mapa

19 de junho de 2011

Confesso que perdi parte da minha vida tentando solucionar o mapa que me levaria ao encontro do segredo que solucionaria meus problemas. Os livros me deram pistas, as pessoas me mostraram incontáveis caminhos. E eu, no meu instante de inocência, agarrei-me à esperança de que, com um toque de mágica, tudo poderia se resolver. Mas viver dá muito trabalho. E nada é tão fácil quanto parece.
A sensação é de que meu mapa estava errado. Algum bêbado o escreveu enquanto namorava escondido por aí e me entregou por engano. Ficava eu aqui, perdido, tentando encontrar o ‘X’ que recobre o meu tesouro perdido. Mas cansei de cavar em lugares errados e me dar mal. Até que resolvi jogar meu mapa fora. De vez. Queimar e lançar as cinzas ao vento. Saudades eu senti, é como se me desfizesse do meu destino... Mas não. Agradeço a pessoa que disse que o destino quem faz é a gente. Foi esse argumento o meu consolo. Eu achava que meu futuro estava traçado, como obra divina ou coisa parecida. Que tolo, não?
Agora, que adianta resmungar o tempo perdido? O reloginho da vida não atende ao ditado de que “quem não chora não mama”. Até porque já chorei cachoeiras, a ponto de inundar meu ser e o deixar gélido como o pico do Everest. E frio e solidão são duas coisas que não combinam...
Mas não quero esquecer o assunto principal da nossa conversa: o tal mapa. Como já disse, larguei. Ateei fogo. Destruí e ponto final. E como encontrei o desfecho para o meu caminho, você me pergunta. Quem disse que eu quero encontrar um desfecho para o meu caminho? Eu só quero viver do meu jeito. Guiar-me sem rumo, sem planos. Afinal, minha existência não segue receita. É uma mistura louca sem medida certa. Sem ponto final enquanto estiver vivo.

Heartless

16 de junho de 2011

Por um momento, não sinto nada.
Nem dor.
Nem alegria.
Nem tristeza.
Nada. Como um cometa vindo em direção à Terra, realizando seu trajeto sem pensar no que irá acontecer. Seguindo sua direção, sentindo o vento bater em seu corpo. Entende?
Só tenho a vontade de que tudo seja diferente. Que eu seja diferente. E que pare de não sentir nada às vezes. Porque é ruim sentir que não se sente.

Boa noite, depressão

5 de junho de 2011



Agora é fácil escrever. Estou em um daqueles momentos de tristeza, os quais rendem ótimas cartas suicidas. Suicídio da felicidade.
O roteiro é o mesmo de sempre. O dia demora passar, o vento parece estar com preguiça, a cadela fica deitada como quem não quer nada da vida e todo mundo fica calado contemplando o maldito calor de um domingo ensolarado e tedioso.
Não há novidades. Não há visitas. Nem surpresas. Até a comida do final de semana que é sempre tão saborosa perde seu sabor. É a depressão momentânea e enjoativa de sempre.
A droga da Internet não está convidativa. As pessoas parecem chatas. Só parecem. Porque na verdade quem está chato agora sou eu. Chato demais.
Hoje eu sou uma criança, pedindo colo. Carente como ninguém. Não que eu esteja reclamando da vida. Só estou conversando comigo mesmo permitindo que o mundo veja o que se passa.
Deixa eu ir embora antes que eu comece a falar da minha noite e vocês desejem a morte por conta de tanta negatividade.
Isso passa. Em estado normal eu sou mais legal. Acontece que todo mundo passa por isso às vezes.
Mas amanhã é outro dia.

Faça uma lista...

1 de junho de 2011

...sobre tudo que você quer para sua vida.
Depois disso, faça outra lista sobre tudo que você realmente precisa para sua vida.
Se forem coisas diferentes, então seus sonhos não fazem sentido.
Só farão sentido quando a intenção dos mesmos for ultrapassar as vontades do ego, extrapolar o plano material e te transformar em uma pessoa melhor espiritualmente.
A vida exige apenas o necessário, as pessoas que teimam em complicá-la lutando por coisas vãs.
Não é a toa que tantos buscam os livros de auto ajuda, procurando a cura de doenças da mente. Essas pessoas não sabem, mas estão correndo atrás do antídoto que está presente dentro delas próprias. Porque ninguém pode nos dar as respostas para os nossos questionamentos. O máximo que podem fazer é provocar o subconsciente no intuito de incentivar ele mesmo a tirar suas próprias conclusões. Conclusões estas que estão apenas ocultas na névoa da sombra que nos preenche.
Não ficaram para trás o amor e nem a compaixão. Não está perdido o espírito de solidariedade muito menos a essência do existir. Tudo isto só está preso, gritando para sair. É só fazer uma lista sobre tudo que você realmente precisa para sua vida. Se necessitar de ajuda, feche os olhos e pergunte a si mesmo o que é preciso para te fazer feliz. Ninguém melhor do que nós mesmos para nos ajudar a mudar quem somos.
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