Insight light

19 de maio de 2013


Passo a maior parte do tempo criando uma imagem minha, um resumo daquilo que sou para apresentar ao mundo, uma fotografia que me represente. Não quero mais.
A partir de agora não crio mais nada em relação ao que sou para entregar aos outros. Serei eu mesmo, sem artifícios de disfarce, e é isso que o mundo terá de mim.
Bem, mas deixar que me conheçam é complicado demais.
Hum... Já sei! Serei o que sou sem que saibam o que estou sendo. Nisso tenho isenção de responsabilidade sobre o que interpretarão a respeito. Mas isso também é problemático...
Que se dane! Não crio mais e acabou. As pessoas é que se virem para sustentarem a imagem que quiserem de mim.

Feito para não ser entendido

11 de maio de 2013

Se alguém passa a maior parte do tempo pensando, o pouco que sobra é aquilo que se diz real. Nesse caso, o real acontece em menos frequência que o imaginado. Se para cada pensamento existisse uma vida paralela relacionada, indo de acordo com aquilo que foi pensado, o universo de possibilidades ficaria apertado. Sabendo de tudo isso e adotando as vidas paralelas como sendo mais satisfatórias, é conveniente dizer que a vida real é o evento restante daqueles que não existem, mas que se existissem seriam, juntos, mais prováveis e menos frustrantes que esse evento específico. Agora, já beirando à loucura, afirmo que a vida real é aquilo que você faz por teimosia, uma vez que é muito improvável, já que se sabe que existe um leque incontável de outras possibilidades de vidas paralelas. Além disso, se a vida real é o que sobra e está em minoria, como se verifica fazendo os cálculos, pode-se dizer que ser real é negar todas as outras possibilidades, ou seja, viver a realidade é apostar naquele mesmo número da loteria ciente de que a possibilidade d'ele ser sorteado é a mesma em qualquer dia do ano. Logo, desculpe-me informá-lo, a vida real é uma farsa.
Com tudo isso, é justificável imaginar que existem vidas anônimas não sendo vividas, pelo fato de não poderem existir em um mesmo universo. E, sabendo que são mais satisfatórias (isso é uma hipótese), há algo de errado com a vida real (se a hipótese for verdadeira, o que deve ser, porque se não fosse a realidade seria ideal e eu não estaria falando essas coisas). Esse erro, como fica explícito, está em ser real o tempo todo.
Se você chegou até aqui com sua sanidade em níveis estáveis, é necessário que ignore qualquer brecha deixada nos argumentos acima e apenas capte a mensagem. Agora preciso que responda para si mesmo: quem é você quando abre a porta de casa? Quem é você quando está pensando? Quem é você quando diz que sim, eu vou ficar com você a vida toda, sabendo que no fundo o que você pensa é "será que isso vai dar certo mesmo"? Quais são os segredos que só você, em um planeta cheio de gente, sabe sobre você mesmo? E, bom, todas as outras perguntas que podem eventualmente surgir devem ser incluídas, uma vez que quem escreveu isso se esqueceu da maior parte daquilo que queria dizer inicialmente.
Àquele que se perguntar "quem esse cara pensa que é para dizer que o que eu faço está errado?" gostaria de dizer que eu nunca disse isso e o deixo com mais essa reflexão: o que você faz está certo para você? A resposta anterior é realmente verdadeira? (Caso a segunda resposta venha a ser negativa, repetir o processo até que se torne positiva, o que vai acontecer em algum momento, se você parar de mentir tanto).
Pronto. Era apenas isso. Se não entendeu, ótimo. Você ainda pode continuar sendo feliz vivendo normalmente.

Faz sentido? Se não, eu não me importo. Mesmo. Isso foi feito para não ser entendido. Caso você tenha entendido, eu sinto muito dizer, mas você terá, se é que já não tem, sérios problemas com as coisas da vida. Ah! Bem vindo ao time!
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