Odeio cebolas

11 de agosto de 2011


A mente divide-se em vários pedaços que se desenham completando-se somente se estiverem juntos. É como uma divindade santa. São várias partes de um só elemento.
Ela flutua sobre grandes placas tectônicas que vez ou outra promovem um abalo sísmico neural. TERREMOTO no seu sistema nervoso. E balança, sacode, desequilibra a cabeça. De vez em quando, por conta desse fenômeno imprevisível, forma-se uma montanha de pensamentos aleatórios ali, um riozinho de lágrimas aqui e umas estruturas sensíveis desabam em outro canto. Santa confusão humana que me dispara o peito. E nem quero comentar quando uma mente resolve se dedicar a cuidar de outra. Daria um filme. E não sou bom em escrever roteiros. Só assisto os que já existem e que por alguém foram feitos.
Sou meio louco em querer conhecer o desconhecido, mesmo sabendo que talvez nunca chegue a conhecer isso que eu nem sei se existe de fato. Tomei uma dose de estímulo tão forte que até hoje me mantenho no meu compromisso de desmascarar minha mente dúbia. Essa danada.  E não mereço palmas por minha persistência. Desistir algumas vezes teria feito bem à minha alma. Talvez eu a teria salvo de tanto sofrimento. Porque quem procura acha mesmo. Quanto mais cutuquei a ferida, mais lágrimas caíram dos meus olhos por tanta dor que sentia. Mas eu, que sempre gostei da dor de tirar a pelinha que recobre o machucado, continuei tocando o que já estava quieto. Restou-me conviver com essa cicatriz que só eu sei que existe. É por dentro, não por fora. Por isso volto a dizer que não mereço palmas. Joguem-me tomates, laranjas, só não jogue cebolas porque odeio cebolas.

2 comentários:

  1. Acho que é importante não desistir, mesmo que você tenha que tomar uns tombos e se machucar, a dor muitas vezes pode ser um combustível muito poderoso. e quem não sente dor é porque nunca ousou fazer algo que poderia dar errado.
    Curti o blog, to seguindo

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  2. A mente conturbada, exarcebada, pertubada. Bem isso.
    Desculpa pelas poucas palavras, mas não sei como me expressar ao seu texto. Achei bem do seu ínfimo, mas não é algo que eu saiba dizer o que, ou como , de onde. Ou como pode ser. É mais para sentir ao ler.

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