Quem entende?

11 de setembro de 2011

Não consigo dizer palavras doces como antes, pois, quando se conhece a dor, a felicidade que se sente pelas coisas simples parece impossível para se tornar real.
Não que eu tenha deixado de sorrir. Só tenho hoje, conceitos diferentes sobre o que significa esse sorrir.
Hoje. O que é o hoje senão uma linha que se finda a cada fio de presente que se torna passado sem nossa permissão?
E tudo é passado para mim que não tenho planos para o futuro.
Perdi minha sensibilidade. Ou ela só se esconde por um tempo às vezes? Resposta esta que não tenho agora. Mas posso dizer que se ela se esconde, está camuflada com perfeição, pois não a enxergo com clareza alguma. E eu que prezava pelo romantismo e dizia que amava... Agora que não me sinto sensível, não sei se amar é mesmo o que penso ser. Mas queria que fosse. Seria tão mais simples enxergar o mundo como normalmente se enxerga por aí. Cansei das dores de cabeça por conta das tentativas de mover montanhas com a força do pensamento.
Indiferente e maçante personalidade que me ronda vez ou outra. Não consigo expulsá-la, pois não sei quando ela toma conta de mim ou vai embora. Silenciosa personalidade que se assume sem pseudônimo. Com o mesmo nome se disfarça sem que eu perceba e se exterioriza dizendo o que pensa, inconsequentemente.
Não sou poeta nem tenho a experiência de um mundo todo nas minhas costas. Mas conheço boa parte do que é a vida sob o julgar dos meus olhos. E minha verdade por enquanto é a de que alguma coisa me espera lá na frente.
Lá na frente que nunca chega. Tenho certeza de que quando chegar não vou saber reconhecer e seguirei dizendo que um dia ele virá, deixando-o passar por mim sem que eu perceba.
Há de clarear alguma luz física! Porque agora eu quero algo concreto, que saia da teoria e me realize por inteiro.
Eu disse. 
Não consigo mais dizer palavras doces...

5 comentários:

  1. Nossa, esse texto me disse muito. Gostei principalmente dessa parte: "Seria tão mais simples enxergar o mundo como normalmente se enxerga por aí. Cansei das dores de cabeça por conta das tentativas de mover montanhas com a força do pensamento." Às vezes, ver o mundo do nosso próprio jeito dá um trabalhão danado. Mas não desiste, não. "Lá na frente" vem a recompensa ;)
    Obrigada pela visita lá no Confesiones, mesmo. Amei seu comentário, e concordo com você. Ela deveria ter ouvido o rapaz... Mas parei por ali para que o texto não ficasse gigantesco - como a maioria dos meus escritos, haha.
    Volte sempre que quiser :)
    Beijos,
    Bruna
    http://confesionesenpalabras.blogspot.com/

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  2. A crueldade do mundo sempre nos rouba de nós mesmos, e cabe a nós uma força única, vinda de Deus a refletir em nós, como uma flecha de luz tão abstrata e sólida no mesmo segundo de tempo. Porque Ele é o princípio e o fim, e nós o meio no qual Ele age! Só ele tem uma poesia única a descrever o amor como tal sentimento que és, mas que na condição de humanos, talvez nem percebemos.
    O futuro é hoje, o passado é uma lembrança doce ou amarga, o presente como o nome já diz é uma dádiva, de nos reconhecermos como seres capazes de amar incondicionalmente!

    Beijos.

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  3. Posso dizer que eu entendo. É estranho essa flexibilidade que temos diante das coisas. Ora somos amáveis, ora somos amargos. Mas sabe, entre eles há o equilíbrio que nós precisamos, equilíbrio este que dá sentido a cada conquista nossa. O "Lá na frente" realmente nunca chega. E se chegasse, será se faria sentido continuar sonhando, continuar almejando algo melhor? Por isso, é preciso fazer do presente o nosso elo sagrado, o nosso tempo exato. A doçura das palavras, eu já pude encontrar em cada frase sua.

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  4. Eu entendo, compreendo, já senti. Acho que é momentâneo. Pode ser "prisão de sentimentos" ou simplesmente decepção.. Coisas assim, sempre nos galopeiam e nos fazem mudar em certos momentos nosso ver, nos pensar e nosso dizer, mas quando algo realmente tocar seu coração, novamente, e aquece-lo todo, ai sim, as palavras doces e calorosas, ressurgiram e farão todo o sentido que no momento falta. Um Beijo e uma ótima semana para você!

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  5. Tudo isso, para mim, a falta de sensibilidade, foi algo que te magoou, de verdade. Só assim o coração "endurece" de certa forma. E eu vou dizer (novamente e novamente) que eu me vi nas tuas linhas. Eu me senti nelas. É isso, Rodrigo. Senta e te encara, conversa contigo, olha por dentro e para dentro, tudo que pensa que sabe nem sempre é...se conhece, às vezes a sensibilidade se esconde quando algo nos perfura. Nos inunda de qualquer forma. Até. Um beijo.

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