Invisível

31 de julho de 2012

Não sei como pode caber tanto dentro de mim, dentro de nós. Somos tão grandes, ao passo em que me sinto pequeno, quase desaparecendo, invisível... Culpa do coração mais uma vez. Essa sensibilidade toda que um dia achei ter perdido só estava adormecida. E ressurgiu. Dessa vez me deixando sem identidade, meio perdido dentro de mim. São sensações que, apesar de normais e sempre passageiras, perturbam muito.
Não sei o que dizer para me explicar, mesmo porque não há ninguém para pedir explicação, pois não há nada de diferente em mim a ponto de alguém perceber... só por dentro...




Melação desnecessária. Um dia eu volto, leio e me arrependo de ter postado tamanha futilidade... Mas, na ausência de um ombro amigo, escrever é minha saída. Alguém me lê? Sente aí e vamos conversar...

Monólogo

21 de julho de 2012


Estava planejado que hoje seria diferente. Eu pegaria um ônibus e sairia por aí. Certo. Mais tarde eu o faço. Ou não. Na verdade eu sei que nem vou sair desse quarto. É assim sempre. Se eu tivesse um cigarro eu fumaria. Não, eu odeio cigarros. Por que as pessoas quando ficam tristes nos filmes pegam um cigarro e fumam? Há os que bebem nesses casos. Mas não, eu odeio bebidas também. Eu odeio muita coisa. Sabe, odeio acordar tarde.
Hoje eu acordei tarde. Ontem também. Acho que é porque ultimamente eu estou dormindo só depois que o barulho da rua acaba. Mas demora um pouco, porque depois disso começa o barulho dentro da minha cabeça. Eu me levanto várias vezes da cama enquanto os outros dormem e aquietam o barulho que também incomoda dentro de suas cabeças. Vou ao banheiro sem necessidade porque talvez eu tenha uma epifania enquanto fico em pé olhando a água da privada refletindo meu rosto. Às vezes vou à cozinha, abro a geladeira, fico com frio e bebo um copo d’água. Daí eu volto pra cama e escuto música olhando para o teto que eu não consigo enxergar no escuro. Engraçado. O teto que eu não enxergo à noite me traz a mesma sensação de quando olho para o céu. Não encontro seu fim, mas ele está ali, por cima de mim. Será o teto, infinito? Não sei, mas quando desconhecemos o fim costumamos chamar de infinito. É uma resposta fácil e poupa suposições...
Eu tenho medo de estar deixando de aproveitar a vida. Mas bom, não sei fazer outra coisa. E, de qualquer forma, estou a aproveitando do meu jeito. Por que o ruído das vozes de várias pessoas juntas parece ser sempre o mesmo em todos os lugares se em cada lugar as pessoas são diferentes? Cara, que loucura. Isso parece uma pergunta genial. Talvez eu descubra a resposta e consiga ganhar dinheiro com isso. Eu sempre penso demais quando nada estou a fazer. Talvez para compensar minha inutilidade.
Eu sabia que não sairia desse quarto. É assim sempre.


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