Sobre o querer de verdade

23 de abril de 2011

Não muito raramente escuto as pessoas dizendo que se pudessem, fariam o que quisessem de suas vidas. Largariam o emprego, deixariam a casa dos pais para sentir o prazer da independência, fariam uma tatuagem e colocariam piercings ou até mesmo sairiam de carro sem destino por uma estrada deserta. Mas só não realizam esses desejos porque não podem. Não podem por que mesmo?
Lendo uma crônica da Martha Medeiros outro dia, dei de cara com um trecho que me fez rever meus conceitos. Dizia que “somos roteiristas da nossa própria história, podemos dar o final que quisermos para nossas cenas. Mas temos que querer de verdade. Querer pra valer. É este o esforço que nos falta.” E isso responde a pergunta do último parágrafo. Não podem por que não querem de verdade. As pessoas têm a vida que tem por que querem assim e pronto. Podem não estar satisfeitas com a situação em que vivem, mas vivem da maneira que acham que devem.
Admiro as pessoas que conseguem ser o que querem e fazer o que gostam. Admiro o hippie que larga o mundo material e não se importa com o que as pessoas falam. Admiro o viajante que dedica as horas do seu dia para conhecer o mundo porque gosta disso. Admiro as tatuagens que colorem os corpos e admiro mais ainda as pessoas que as fazem sem medo da exclusão social. Admiro o cantor que deixou uma vida toda para trás para viver do jeito que queria e lutar pelos seus sonhos. Admiro as pessoas determinadas. Admiro os que são e não têm medo de ser. Os que vivem do jeito que querem e estão satisfeitos com isso.
Admiro porque não tenho convicção quando digo “eu quero”. Tenho medo do que pode acontecer e vivo do jeito que acho que devo, sabendo que no fundo não é nada disso que eu quero. E vivo insatisfeito. Ainda insatisfeito. Quem sabe um dia eu queira de verdade.

Ressurgindo das cinzas! Pra quem sentiu minha falta, ainda estou vivo. Pra quem não sentiu (=/), estou vivo do mesmo jeito. É, minha vida anda meio assim sabe... mas não quero reclamar. Se reclamar melhorasse a vida, não existiriam mais reclamações, pois tudo estaria bem após a primeira reclamação feita. Deu pra entender né? Felicidades pra vocês, meus queridos cinco leitores.

O eu disfarçado de você

8 de abril de 2011


Durante certo tempo você acha que todos aqueles estereótipos sobre os relacionamentos humanos não se adequam a você. Os clichês da vida, o “ninguém é confiável”, “o amor é traiçoeiro”, “as pessoas podem te decepcionar cedo ou tarde” são ignorados por você de um modo que te faça achar que é uma rara exceção entre os mortais. Ingenuidade.
Então você quebra a cara no momento em que descobre que a exceção dessa vez não faz parte de você. São as tais das estatísticas fazendo jus à sua reputação. Ninguém está livre das armadilhas da vida. Nem você. E ao descobrir tal fato a decepção é inevitável. Afinal, você é só mais um. Quem quer ser só mais um? Ninguém quer só mais um.
As pessoas não agem como o esperado. O amor brinca contigo. Suas vontades mudam e você se vê traindo as promessas feitas nos momentos de elevada felicidade. Logo você que havia jurado algo para alguém, mas agora mudou de ideia. Força das circunstâncias, meu caro. Todos somos sujeitos às mudanças, das mais significativas às mais insignificantes. Sua vida mudou e seus pensamentos agora são outros. E como isso é terrível. Terrível para você. Terrivelmente terrível para o restante do mundo.
E o que fazer com os conselhos dados? Como agir diante da verdade que tanto lhe causa medo? Você sabe, não há caminho que se faça sem sentir o gostinho amargo da dor. Alguns te levam a superá-la mais rapidamente, mas qual? Pensa... Pensa. Sua cabeça está a mil. Esvazie-a.
Tá na hora de escrever...

Hoje só vim postar mesmo. Tá tudo meio parado por aqui (ao contrário da minha vida, que anda meio desnorteada e confusa), mas agradeço os que ainda me visitam, eu sempre retribuo. Amanhã ou depois eu volto por aqui.
E o blog tá de cara nova. Enjoei do antigo e dessa vez quem fez o layout fui eu. Como é o primeiro que faço, não ficou lá essas coisas, mas eu gostei e espero que gostem tbm ^^
Tchau pra vocês.

Aos que ainda prezam a vida no sentido de viver

2 de abril de 2011


"Caminhos a gente escolhe, acreditando a vida inteira
O sol brilha e o povo se ajuda com as cartas na mesa
É dinheiro, é poder, onde está a vida boa?
Do vigésimo quinto você é outra pessoa
Que sente medo do ritmo que anda a cidade
Acelerado. Como anda acelerado.
João do morro pede socorro e procura ajuda
Devoto de um santo forte, que às vezes não te escuta
E sente na pele o tempo, sem glória, o cansaço
O artista pinta em cores tristes, a vida no retrato
Em meio ao céu cinzento há um ponto de esperança
João do morro ainda traz o grito na garganta
Vai clarear, pra gente não há chuva que não passa
Há de clarear, toda a fé, basta acreditar
E o mal vai passar, há de clarear novos tempos
Há de clarear, novos tempos..." ♪

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