Meu medo

28 de setembro de 2010


Será que um dia tudo o que eu sonho se tornará real?
Preocupo-me com isso. Tanto que esqueço de que tudo o que hoje se faz real, poderá um dia se tornar apenas sonhos.
Sonhos distantes, quase impossíveis de se alcançar novamente. Porque é difícil reconquistar qualquer coisa, seja o que for. É trabalho dobrado.
Eu não tenho tantos sonhos, mas temo um dia ter.
Temo um dia sonhar com o que eu já tive e ter que me conformar com simples lembranças.
Medo de perder tudo...

Condições, não mandamentos

20 de setembro de 2010


Existem dois caminhos: a liberdade e a falta dela. Escolhe-se um. E apenas um.
Porque “quando o tema é vida, meio termo não existe”.
Quem se apóia em cima do muro, morre tentando encontrar o equilíbrio. E quando cai na real, já era. Despenca para um lado da parede e tomba no chão. Se escolhesse desde o início um dos lados, evitaria escalar o muro, para depois ter que se ver caindo.
Quem opta por ser livre exclui os limites, as regras, as imposições. Mas quem disse que ser livre é bom? Particularmente, eu nunca conheci alguém de fato, livre. E se não é totalmente, não pode se julgar livre. É ou não é.
E o caminho que sugere a falta de liberdade é escolhido involuntariamente. E uma vez estabelecido, é preciso seguir suas condições.
Não obrigo ninguém a percorrer o caminho da vida comigo. Eu simplesmente convido. Convites podem ser recusados.
Mas se vier comigo, eu te digo que há condições.  Eu não tenho poder sobre a vida de ninguém, exceto a minha. E sobre ela eu crio limites. Caso contrário, seria transformada em um circo.
E assim também, me coloco à disposição das suas condições.
Limites de uma parte e de outra. Dessa forma a convivência se torna harmônica e agradável.
Odeio seguir regras. Mas se é para o meu bem, se é para o bom geral da nação, diga ao povo que sigo.
Porém, há de seguir as minhas regras também. Seria injusto fazer apenas a minha parte, não acha?

Ingredientes da essência

8 de setembro de 2010

Sou feito da vontade de existir, sufocado pela certeza da morte, que me assombra e me vigia em cada passo, a cada novo dia.
Sou feito de sentimentos, que pulsam como um motor desenfreado, que me levam para onde quero e para onde nunca desejei ir.
Sou feito da inconstância, que me desequilibra, que me torna escravo de mim mesmo.
Sou feito do medo da perda, do medo de amar, do medo do desconhecido.
Sou feito de pensamentos, que tornam um andarilho do mundo imaginário.

Sou feito de criações, mas também de descobertas, que sempre existiram e estavam esperando por mim.
Sou feito de vários “eus”, cada um diferente de cada um, e mesmo assim continuam iguais.
Sou feito da impulsividade involuntária, que se liberta e se faz presente quando alcanço o ápice sentimental do momento.
Também sou feito de sonhos, possíveis e impossíveis.
Sou feito de tudo que já foi dito, de tudo que se repete, de tudo que é contínuo.
Sou feito da força da queda, provocada pela fraqueza da alma.
Mas assim como me faço, também me desfaço. Porque descobri o quanto sou frágil.
Sobre isso, tenho aversão.
Construir o que não existe é fácil. Difícil é conseguir reerguer as ruínas e limpar toda a bagunça que restou depois da queda de algo que um dia, com muito esforço, conseguiu existir.

--

Não aguentei ficar muito tempo longe daqui e tive que voltar.
Desculpem a demora.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...