Diferenças iguais

30 de julho de 2010

Eu sou único. Eu não sou daqui. Ninguém me entende, porque eu penso diferente.Minha imaginação é única. Eu tenho o total controle da situação. Algumas vezes eu acho que sou um enviado que vai mudar o mundo e ser lembrado eternamente. Tenho uma visão fora do normal. Não quero seguir ordens, eu sei o que é melhor para mim. Eu sinto, eu vejo, eu faço, eu sei, eu imagino, eu tenho respostas, eu tenho uma mente brilhante e única, sou alternativo, fujo do padrão, meu caminho é largo porque tenho pensamentos que me guiam para um outro mundo...

Blá, blá, blá.

Já parou para pensar o quanto somos pretensiosos em relação à essas afirmações?
É fato que cada ser é único. Mas não nos diferenciamos tanto assim uns dos outros. Afinal, somos todos seres humanos dotados de inteligência e capacidade de raciocínio. Capazes de criar e destruir. Pensar e refletir. Nosso cérebro é constituído pela mesma matéria e o sangue que o mantém vivo funciona da mesma forma.
Mas também somos nutridos de um sentimento do qual me foge o nome. O sentimento que eleva nosso ser e nos coloca em destaque perante o restante do mundo. Isso acontece com todos. Eu tenho certeza disso.
Se sentir assim é tão normal que somos traídos pelos nossos próprios conceitos quando descobrimos a verdade sobre o comportamento humano. Digo isso tanto fisicamente, quanto psicologicamente. Esse último em destaque.

Quantas vezes eu já pensei ser o único que exercia tal atitude e de repente descobri que há uma legião de "Rodrigos" espalhados por aí que fazem exatamente a mesma coisa. Ou seja, o que me tornava diferente agora me torna semelhante.
Parei de subestimar as pessoas quando descobri que é assim que as coisas funcionam.
Não que eu queira estar reduzindo todos a uma só coisa. Até porque isso é muito superficial.
O que eu quero dizer é que da mesma forma que ninguém é igual a ninguém, também ninguém é tão diferente de ninguém a ponto de se tornar um ser superior.(?)
Confuso né? Mas aceite isso: o ser humano é contraditório* e confuso.
Essa é a graça. As mudanças diárias que atuam sobre nós em formas de pensamentos, e, consequentemente os transformam em atitudes, "temperam" a vida.
Seres estáticos serão inúteis em algum momento. Seres evolutivos serão úteis a todo momento.
Por enquanto é assim que penso...

* A menina que roubava livros

Relato da Dona Morte

25 de julho de 2010



"O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa.
A consequência disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiúra e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas.
Mas eles têm uma coisa que eu invejo. Que mais não seja, os humanos têm o bom senso de morrer"








                                            (A menina que roubava Livros)

Gritos mudos

23 de julho de 2010

E a vontade incessante de gritar se acalma com a certeza de que ninguém irá me ouvir.
Pois não grito de dentro para fora.
Faço o caminho inverso.
E quem não conhece o interior do meu ser, não é capaz de escutar a voz que luta pela vida.
Me silencio, como de costume.

O astronauta dos sonhos

21 de julho de 2010

Estou fora da superfície terrestre, bem longe.

Disperço no espaço. Seguindo para lugar nenhum.
Eu vejo o "mundo" ficando para trás. Não tenho ar, mas vim preparado.
Meus balões de oxigênio são suficientes para uma viagem longa.
Finalmente distante dessa loucura real. Apesar de ainda estar na realidade.
Mas dessa vez é diferente. Essa realidade é tão única que deixa de ser real.

Por um instante sou só eu e um universo esquecido. Que só pode ser visitado com o fechar dos olhos e entrando pela porta do mundo dos sonhos.
É tudo tão escuro. Mas minha imaginação torna meu caminho nítido.
Sinto-me leve. Sem nada me colocando pra baixo. Sem preocupações. Sem medo. Livre de qualquer culpa.
Eu posso voar sem ter limites e regras.

Aqui de cima a Terra é linda. Um azul calmo, uns borrões brancos lembrando paz, um marrom meio esverdeado bem próximo do que chamamos de vida. Inocente quem só a conhece daqui de cima. Pobres extra terrestres, tão bobinhos. Se descobrissem como é lá embaixo, saberiam o motivo da minha viagem por aqui. Mas não me atrevo a lhes contar. Vai que um dia resolvem nos fazer uma visitinha. Iria tratá-los da melhor maneira. Assim, quando fossem embora, espalhariam por toda galáxia que o planeta Terra é cheio de pessoas felizes. Sem guerras, mentiras, tristezas, desunião, individualismo, egoísmo e que os habitantes daqui são hospitaleiros, divertidos e atenciosos. 
Meu planeta teria uma imagem perfeita. Aí só bastava torná-la verdadeira.
 

Ah, se todos tivessem a oportunidade de ver o mundo daqui. Essa imensidão azul. Essa bolinha chamada Terra perdida no espaço, mas que de tão linda, se destaca em meio a tantos outros pontos, pontinhos e pontões.
Vai ver até passariam a dar valor à ela. Ou mudariam suas atitudes para confirmar o que nossos vizinhos de universo pensam sobre como são os seres que vivem lá.
Meu planeta deixaria de ser apenas rotulado perfeito e chegaria verdadeiramente à perfeição.
Meu oxigênio está acabando, preciso voltar e roubar um pouquinho para a próxima viagem.

De volta ao mundo real.

Iideias confusas e aprendizado

16 de julho de 2010



Quando eu era criança, pensava que podia ter o mundo em minhas mãos. Que tudo seria igual e viveria eternamente feliz.
Só que o tempo foi passando e percebi que eu estava nas mãos do mundo. As coisas simplesmente mudaram e a felicidade não é constante.
Quantas pessoas passaram por minha vida, "quantos nomes eu esqueci, quantos amigos eu deixei pra trás".
E eu que nem tenho a memóroia muito boa, posso dizer que sinto falta.
Eu olho pro céu e penso que ele sempre esteve ali, viu minha vida toda passando e que é o mesmo céu que eu olhava há muito tempo.
É estranho.
Antes era união, cumplicidade, "estamos juntos até o fim". Coisas de criança... "amigos para sempre".
Hoje eu vejo que não era nada disso. É cada um por si. Uma vida individual para cada um.
Mas será que eles pelo menos lembram de quando tudo era inocente e o mundo era um colorido sem fim?
Espero que se lembrem. Eu não esqueci.
São poucas as coisas que continuam iguais.
Nossa!! quantas casas, quantos carros, quantas pessoas novas que entram e saem de nossas vidas a cada novo dia.

Mudanças.

Algumas coisas ainda levam minha mente à uma viagem rumo ao mundo da imaginação.
As músicas, as fotografias, os objetos, as próprias pessoas, as roupas, as cicatrizes, um programa de TV, um vestígio, as mágoas, as lembranças, o cheiro, o gosto, o rastro de passado... Tudo!
Cada coisinha tem uma história.
E só de lembrar que muitas coisas só ficam na minha memória me causa tristeza. Queria algo para representar aquele momento, aquelas pessoas. Algo que eu pudesse olhar e dizer:
- Puxa, como faz tempo né?
Deixei as coisas passarem sem perceber que futuramente sentiria falta.
O futuro chegou, e o que me restou foi o sentimento nostálgico.

Não posso reclamar do que aconteceu no passado. Não me atrevo.
Cada situação, atitude, discussão, cada detalhe foi importante. Afinal, foram eles que me transformaram no que eu sou hoje. E eu me valorizo.
Não me prendo ao que passou. É que gosto de lembrar dos fatos e dar risadas, sonhar, chorar ou torná-los experiência.

Demorei algum tempo para chegar a conclusão de que o meu presente se tornará o passado de amanhã. E assim será até o dia da minha morte.
Se eu tomar as atitudes certas hoje, futuramente eu vou gostar de lembrar.
Por isso eu dou valor às coisas simples. Um sorriso, um momento, uma carta ou uma foto. Não importa. Pode não ter um valor comercial, mas o valor sentimental é que a gente nunca esquece.
Não devo ficar triste por causa do passado. Eu descobri isso.
Devo ficar feliz, porque tudo de bom que aconteceu anula tudo o que de ruim eu passei. Funciona como aqueles filmes de super-heróis, nos quais o bem sempre prevalece.
Passei a enxergar o meu passado como minha maior fonte de inspiração. Está tudo guardado na minha mente, quando eu preciso de algo eu pego lá dentro.

É simples. Só viva.
Não deixe de viver por arrependimento. Mas também não faça nada do que possa se arrepender.
E não, sua vida não é ruim. Você que não dá uma chance para ela ser melhor. Tudo depende da gente, nada cai do céu. Só a chuva, e mesmo assim ela não se origina lá em cima.

Um "Eu" momentâneo

8 de julho de 2010


E hoje me deu vontade de escrever.
Talvez seja essa minha válvula de escape. Escrever....
Mas logo hoje, um dia em que eu me sinto indigno. Sem sentimentos pulsando dentro do meu peito.
Na verdade pulsam. De forma ordenada, mas pulsam. É que meu comum é não ter controle sobre o que eu sinto, daí quando tenho o controle eu saio de mim.
É que hoje eu estou naqueles dias em que nada é valioso, nada faz sentido. Nem sequer um sorriso é arrancado do rosto.
Minha alma está estagnada.
Não me peça um conselho hoje, pois não saberei como lidar com isso.
Mas por favor, não me condene. Não faço por mal.
Amanhã talvez eu me reconstrua novamente. Se quiser me explorar, deixe para fazer isso amanhã. Hoje não vai conseguir nada.
Meus pés agora estão gelados. Eles refletem a frieza desse ser que hoje habita meu interior.
Mas é só por hoje. Ele veio a passeio, logo, logo estará partindo. 
Me perdoe antes que aconteça algo e eu não saiba me desculpar. Me perdoe se a ansiedade e a impulsividade hoje dão forma a um novo Eu. Um alguém com quem ainda estou aprendendo a conviver.
Um alguém que vai e volta. Sem rumo, sem direção, sem piedade...
Qual o motivo disso tudo?
Eu infelizmente não sei. Quem sabe um dia eu descubra.
Enquanto isso eu busco adaptar-me a mim mesmo. 
Perdão mais uma vez. É que eu sou assim...

Meu eu interior anda meio louco

7 de julho de 2010

Novamente eu me sinto estranho. Novamente eu saio do meu normal... ou quem sabe esse seja o meu normal.
Mas essa tal normalidade nem pode ser definida. Quem dirá eu.
Mais uma vez eu me vejo pensativo. Minha mente parece um rádio, eu merecia um descanso. 
Eu sinto que novamente estou só. Apesar de não estar só de fato. Mas essa solidão é estranha, assim como eu me vejo. Ela vem aos poucos, e vai acabando comigo da mesma forma... aos poucos
É saudade, é angústia, é medo, é tudo aquilo que eu já cansei de dizer.
Mas talvez o culpado seja eu.
Ah, mas eu não posso me culpar. Eu faço o melhor que eu posso, eu juro que faço.
Será que o simples fato de eu tentar dar o melhor de mim já não é suficiente? Qual é mundo, não me cobre tanto.
Eu queria ser livre. Independente. Dono do meu próprio nariz. 
Parece loucura, mas já pensei em fugir. Fugir de casa, das pessoas, das mentiras, das indiferenças, da ingratidão, do mundo, fugir de mim. Mas não adianta. Eu sentiria falta disso tudo, por mais estranho que pareça. Correr dos problemas não é a melhor atitude. 
Lá longe, onde quer que eu estivesse, eu ia continuar me preocupando da mesma forma, ou mais ainda.
Blá, blá, blá.
O fato é que eu cansei de mim e desses surtosque eu tenho às vezes. Talvez se eu entrasse em estado vegetativo por uns três meses e por milagre voltasse à vida, as coisas mudariam por completo. Acho que o medo de me perder despertaria nas pessoas algum sentimento verdadeiro (ou não).
Cansei de descrever o momento (se é momentâneo, logo vai passar. Só quero que fique registrado). Agora deixa eu viver...
Só uma observação importante: eu não costumo mentir.

Respostas sempre nos levam a novas perguntas

1 de julho de 2010

Vivo buscando respostas, mas nunca as encontro. Eu posso me sentir livre, mas sei que não estou. Estou preso.
Quando eu sinto que posso voar, alguém corta minhas asas e eu caio. Junto todas as penas, faço uma emenda e tento subir de novo.
Mas não consigo. Alguma coisa me prende.
O medo, a insegurança, as dúvidas. Essas são as correntes que me prendem.
Já pensei muitas vezes estar sobre o controle de tudo. Mas eu me engano sempre. Na verdade eu não consigo controlar nem o que eu sinto, quem dirá as outras coisas.
Eu sou o falso super-herói. Tenho forças. Ou melhor, eu acho que tenho forças. Meus pontos fracos estão espalhados pelo mundo, mas são fáceis de serem encontrados.
Quem sabe um dia eu possa ter a solução para todos os meus problemas. Ou porque não, a solução para os problemas de quem eu amo? Eu só queria poder ajudar poxa.
Tenho receio de causar uma má impressão. Essa paranóia me deixa confuso. Eu cobro muito de mim mesmo e espero demais das pessoas. Por um ato de egóismo, eu quero tudo do meu jeito e esqueço que os outros também têm seus problemas.
Em quem devo confiar afinal? Em mim, na minha intuição, no meu modo de ver os fatos? Ou nas pessoas, na intuição das pessoas, na maneira que elas encaram os fatos?
Lá vem eu de novo com perguntas sem respostas...
Só queria não precisar me questionar tanto. Me entender e me conhecer de verdade. Eu até me esforço. Uma hora eu consigo. Talvez a falta de experiência contribua com isso.
Experiência... acho que um dia eu posso dizer que tenho.
Hoje eu a busco, eu a vivo, eu uso do pouco que eu tenho dela e somo com o que eu ainda vou ter dela (Hãn?).
Mas já chega de pensar por hoje. Eu preciso agir. Se pensar resolvesse meus problemas eu já seria um homem perfeito.
Vou pensar no que fazer... (ops oO)
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